Vivemos em um momento de instabilidade devido a aproximação dos modos de criação e a destruição de limites entre os diversos produtos como filme, vídeo, web, fotografia, além das “belas artes”. Se em um primeiro momento criaram-se adjuntos á expressão “arte” ( Filme de Arte, Fotografia com intenção artística, videoarte, web-arte), hoje desaparecem, restando apenas seu radical de origem, como acontece como com a denominação “arte eletrônica” ou “arte numérica”. São neologismos que dispensam a expressão postiça ou uma junção verbal de index, remetendo, então o produto cultural a um território sem fronteira. Basta entrar em uma galeria e ver o quanto é desnecessário acrescentar “eletrônico (a)” ao que se vê, seja ele metálico, orgânico, químico, magnético, elétrico, cromático, intelectual narrativo, descritivo ou abstrato. Tudo tem sua força estética e justificativa no pensamento reflexivo, o que se tornou possível através do que se percebe pelos sentidos. Este determinado produto cultural e sua institucionalização se dá de forma histórico-contextual. Precisamos perceber o que tal produto realmente representa para aqueles que o elegeram como “sacro” e até que ponto realmente o produto em meio a sua sacralidade é originário de um fenômeno social ou se o marketing é sua única estirpe.
Carlosmagno Rodrigues, 4 de junho de 2010
(Na foto: Paula Martins e Bibiana M. Kasper - Porto Alegre - 2010)
http://www.flickr.com/photos/ciclodecinema
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